quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

PAI E MÃE

Pensamos muitas vezes que nossos problemas são grandes, mas quando nos deparamos com experiências de vida como a da Maria Eduarda, aí sim vemos que eles não são nada. Essa criança já viveu tanta coisa que não deveria e ainda não viveu outras que poderia, mas nós estamos aqui, PRONTOS para que isso aconteça.

E passado o final de semana, buscamos ela novamente no Abrigo na terça-feira seguinte. Desta vez não estávamos sozinhos, a assistente social, o psicólogo e a coordenadora estavam lá. Eu tenho que dizer que sempre quando sou questionada sobre esse assunto fico perturbada, mas isso é um sentimento meu, não gosto que coloquem em dúvida meu carater, idoneidade e principalmente meus sentimentos. Só que eu entendo que essas pessoas não me conhecem e estão fazendo o seu papel.
Ficamos conversando um pouquinho com eles e o psicólogo em particular me deixou bastante desanimada com relação aos momentos vividos no final de semana. Me disse que as crianças são sedutoras e envolventes e que eu deveria me preparar. Sinceramente isso não foi de bom grado porque eu sei muito bem lidar com todos esses sentimentos que estão nos cercando. Tudo o que aconteceu foi a pureza de uma criança que precisa muito de tudo isso que estamos oferecendo à ela e claro que ela quer agradar, devido ao seu histórico também. Fiquei bem chateada!
A nossa menina apareceu toda bonitona como sempre, um pouco retraída é claro, pois a última lembrança que ela tinha de nós era deixando-a novamente no Abrigo, e ela não entende tudo isso, só tem 5 anos. Mas seguimos viagem, viemos pro Pet Shop, fui pra minha aula de zumba e ela foi junto, lanchamos, tomamos novamente banho juntas e tudo bem normal.
Na segunda-feira tínhamos comprado o quartinho dela que chegou na terça então ela já viu que tudo estava sendo preparado pra sua vinda definitiva à nossa casa. Começou também uma pequena obra, e com isso ela percebeu que ganharia muitas coisas, que não sei se ela teve isso até o momento, mas seria especial e estávamos curtindo essas mudanças física e psicológica.
Na quarta-feira tínhamos marcado um horário com a psicóloga Andréia e a assistente social Rejane no Fórum aqui de Joinville. Fomos nós três conversar com elas. Comentei sobre tudo o que aconteceu quando daqui a pouco a Rejane falou que tinha uma surpresa pra nós, não precisaríamos entregar a Maria Eduarda para o Abrigo na quinta-feira conforme foi combinado. Então ficaríamos com ela, daríamos entrada no pedido de guarda e começaríamos o estágio de convivência. Ficamos muito felizes e saímos dali falando tudo isso pra ela e rindo e alegres, abençoados.
A partir desse momento a Maria Eduarda começou a nos chamar definitavamente de PAI e MÃE.

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