quarta-feira, 20 de novembro de 2013

HÁ 1 ANO ATRÁS...

Depois de um breve intervalo de tempo em que fiquei sem atualizar o blog, venho hoje registrar que no dia 19 de novembro de 2012, viemos de Maringá, do casamento de um casal super querido, o Paulo e a Angelita, diretamente pra Garuva, conversar com a assistente social Rejane sobre a adoção de uma menina de 5 anos. A expectativa era grande, ansiedade a mil, um mix de sentimentos, escutamos atentamente a história dessa menina. Então nesse dia pudemos conhecê-la pessoalmente.
E é tão interessante que hoje quando fui tomar banho com essa mesma menina, hoje minha filha, com 6 anos, bem diferente daquele "bichinho" amedrontado que conhecemos, escutei em detalhes a lembrança que ela tem desse dia. Nunca subestime a capacidade de lembrar de uma criança, inclusive em ricos detalhes. Depois disso tantos momentos vivenciamos, uns difíceis outros mais tranquilos e dessa forma estamos aqui.
Esse mês vou atualizar com um pouco mais de frequência porque logo fará 1 ano que ela veio morar definitivamente conosco. É bom lembrar e reler os posts antigos e voltar no tempo e sentir como passou rápido e sinto como se não tivesse aproveitado tudo que poderia e deveria.
Olha como a nossa pretinha já mudou...


...e mudou pra melhor...hehehehe !!!

sábado, 27 de julho de 2013

A CERTIDÃO DE NASCIMENTO

E ela chegou...agora completamente e seu nome é Maria Eduarda Brietzig Juliani!

terça-feira, 23 de abril de 2013

MÃE DE MENINA

Um dia sonhei …

Quero ser mãe de uma menina que ande de marias-chiquinhas
pela casa empurrando um carrinho de bonecas,
Que trombe nos móveis às risadas,
Brinque com meus sapatos de salto,
Faça roupinhas para suas barbies descabeladas.
Quero ser mãe de uma garotinha
que fique com as bochechas coradas de correr.
Que suba em árvores…
uma moleca bonitinha, que coma fruta do pé e limpe a boca na manga da blusa de crochê,
Que tome sopa fazendo barulho sem querer.
Quero ser mãe de uma menina de lindo olhar,
Que ria escondido,
Que pregue peças,
Brinque de vídeo-game,
fique brava quando perder
E quando tiver de tomar bronca, que saia a correr descalça pela casa,
Que goste de sorvete com chantili.
Que seja a primeira da classe e seja elogiada por isso, a danadinha.
Quando adolescente, que chore vendo um filme,
Que ganhe seu primeiro sutiã,
Que escove os cabelos para dormir,
Que queira namorar e sair,
Que chore no meu ombro a primeira decepção,
Que peça permissão para chegar de manhã,
Que quando mulher, saiba que não é facil ser mãe…
mas tenha a mesma sorte que eu: seja mãe de uma menina!!!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

2 MESES

No dia 19 de novembro de 2012 conhecemos a criança que viria a ser nossa filha. Fazem 2 meses que nossa vida mudou...para melhor. Hoje somos responsáveis por um serzinho de apenas 5 aninhos de vida, tão frágil e tão forte em alguns momentos, não chora com facilidade, de uns dias pra cá começou a nos chamar de mamãe e papai, ou mamis e papaizinho, adora conversar, ama ser elogiada e ouvir que estamos orgulhosos dela, é curiosa, metida, arteira, inquieta, faz caras e bocas com gestos quando está contando algo que aconteceu, ama os animais e ainda fala fininho com eles, se encanta com coisas simples, grava tudo com uma facilidade que surpreende, nunca disse que não somos seus pais, muito pelo contrário, nos pergunta o que ela é nossa e o que somos dela com uma cara de obviedade, tem um senso de repartir as coisas que eu admiro muito, está se tornando uma criança muito mais carinhosa e amorosa misturado com seu jeitinho todo especial de ser.
Quando algumas pessoas me perguntam como está sendo ser mãe eu muitas vezes fico sem graça e nem sei responder porque tudo o que disser do tipo, ah é legal, é mágico, é maravilhoso, parece que é incompleto, e fico sem graça de falar que é diferente, é engraçado, surpreendente, avassalador, meio chatinho as vezes mas só as vezes. Não mudou tanto assim a minha vida, porque continuo fazendo as mesmas coisas, e essa é uma grande vantagem da adoção tardia, são outras coisas que você precisa de preocupar. Eu ganhei uma companheira pra toda hora, sei lá acho que filha menina sempre quer estar grudada com a mãe e eu adoro isso né, um paparico, quem não gosta afinal?
E é muito gostoso ouvir alguém te chamando de mãe, te pedindo pra fazer uma coisa que ela não consegue fazer, ou fazer uma coisa pra ela te achar especial, como se ser mãe já não fosse né. Mas é gostoso uma coisinha depender de você, te imitar, te beijar, te amar só porque você quis ser mãe dela. Eu sinto uma gratidão nos olhos da minha pequena quando chamo a atenção dela pra alguma coisa e ainda sinto que ela pensa que vai me perder por isso, e claro não acontecerá jamais.
Estamos polindo essa pedra preciosa que veio para nossas vidas. Não é difícil, é repetitivo, é estratégico, nem sempre paciente, mas quando se trata de Maria Eduarda as coisas acontecem numa velocidade que eu posso dizer que já percebí mudanças no seu comportamento, na sua educação, no seu jeito e fico muito feliz mesmo de ver que ela está nos testando a todo momento mas que estamos tirando de letra. E claro não posso deixar de dizer que tenho um companheiro maravilhoso ao meu lado que segura todas as minhas crises, meus estresses e não me deixa cair jamais. Fico muito feliz em saber que estamos ajudando nossa pequena a crescer um ser humano incrível.
Esses dias a minha irmã estava observando a Duda e falou que ficou surpresa com a aceitação da minha mãe com relação a ela. Não que ela seria preconceituosa nem nada, mas foi uma afinidade tão grande que ela teve com a avó que parece de outras vidas.
E digo mais, pode ser mesmo de outras vidas que ela voltou para nos ensinar muita coisa que muita gente adulta não é capaz de aprender, porque essa menina, esse anjo, essa minha filha é abençoada por Deus e especial demais.
Boa Noite!!!!

O VEREDITO

Foram tantas coisas acontecendo num curto espaço de tempo, que deixei esse meu blog meio desatualizado. Quero relatar como foram os dias do período de adaptação da Maria Eduarda conosco até o chamado estágio de convivência.

Foram apenas 1 final de semana, 2 tardes para a assistente social nos dizer que não precisaríamos entregar a Maria Eduarda no Abrigo. Entraríamos com o pedido de guarda e a decisão do juiz. A audiência já tinha sido marcada para 10 de dezembro em Itapoá.

Assim sucederam-se os dias até a chegada da audiência que foi marcada em Itapoá. Eu estava um pouco nervosa, afinal nunca tinha passado por isso antes, estar na frente de um juiz e tal. Chegamos lá, a Rejane fez o pedido de guarda da Maria Eduarda e levou pro juiz. Ficamos uma tarde inteira esperando o juiz nos chamar para fazer a audiência. Até que de repente ela nos ligou e fomos pro Forum. Na sala estavam o Juiz, a Promotora, eu e o Diego. Pelo fato da Maria Eduarda ter um histórico complicado, triste, eles foram bem cautelosos, desconfiados, medrosos de não acertar nessa adoção. Mas a gente sabe que essa criança estava guardada pra nós no dia que conhecemos ela e não haveria possibilidade de dar errado. Mas pra essas pessoas que não estão dentro da gente é difícil eu sei. Não gosto dessas situações e espero não passar novamente. Saímos de lá com a guarda provisória da nossa menina, com uma cópia do processo dela que acabei lendo na volta pra casa e entendí muita coisa e fiquei sem entender muitas outras. Não sei nem o que criticar à essas pessoas que adotaram a Maria Eduarda e a devolveram, porque elas estão num nível de evolução tão pequeno, tão atrasado que terão de voltar muitas vidas para aprender a cuidar de suas vidas e a de outras, principalmente quando essas outras são filhos, são bençãos de Deus, gerados com o amor entre duas pessoas.
E está no papel o que há algum tempo já estava em nosso coração... Maria Eduarda é a nossa filha tão desejada e esperada. Um presente de Deus!!!

COMO MANDA A LEI

O artigo 6º da Constituição da República prevê que:

             Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Já o artigo 227, caput, da Carta Magna, ao mencionar os direitos sociais da criança e adolescente, disciplina taxativamente:
  
             Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Parece tão simples, mas tem muita gente que não toma consciência disso.
 

PAI E MÃE

Pensamos muitas vezes que nossos problemas são grandes, mas quando nos deparamos com experiências de vida como a da Maria Eduarda, aí sim vemos que eles não são nada. Essa criança já viveu tanta coisa que não deveria e ainda não viveu outras que poderia, mas nós estamos aqui, PRONTOS para que isso aconteça.

E passado o final de semana, buscamos ela novamente no Abrigo na terça-feira seguinte. Desta vez não estávamos sozinhos, a assistente social, o psicólogo e a coordenadora estavam lá. Eu tenho que dizer que sempre quando sou questionada sobre esse assunto fico perturbada, mas isso é um sentimento meu, não gosto que coloquem em dúvida meu carater, idoneidade e principalmente meus sentimentos. Só que eu entendo que essas pessoas não me conhecem e estão fazendo o seu papel.
Ficamos conversando um pouquinho com eles e o psicólogo em particular me deixou bastante desanimada com relação aos momentos vividos no final de semana. Me disse que as crianças são sedutoras e envolventes e que eu deveria me preparar. Sinceramente isso não foi de bom grado porque eu sei muito bem lidar com todos esses sentimentos que estão nos cercando. Tudo o que aconteceu foi a pureza de uma criança que precisa muito de tudo isso que estamos oferecendo à ela e claro que ela quer agradar, devido ao seu histórico também. Fiquei bem chateada!
A nossa menina apareceu toda bonitona como sempre, um pouco retraída é claro, pois a última lembrança que ela tinha de nós era deixando-a novamente no Abrigo, e ela não entende tudo isso, só tem 5 anos. Mas seguimos viagem, viemos pro Pet Shop, fui pra minha aula de zumba e ela foi junto, lanchamos, tomamos novamente banho juntas e tudo bem normal.
Na segunda-feira tínhamos comprado o quartinho dela que chegou na terça então ela já viu que tudo estava sendo preparado pra sua vinda definitiva à nossa casa. Começou também uma pequena obra, e com isso ela percebeu que ganharia muitas coisas, que não sei se ela teve isso até o momento, mas seria especial e estávamos curtindo essas mudanças física e psicológica.
Na quarta-feira tínhamos marcado um horário com a psicóloga Andréia e a assistente social Rejane no Fórum aqui de Joinville. Fomos nós três conversar com elas. Comentei sobre tudo o que aconteceu quando daqui a pouco a Rejane falou que tinha uma surpresa pra nós, não precisaríamos entregar a Maria Eduarda para o Abrigo na quinta-feira conforme foi combinado. Então ficaríamos com ela, daríamos entrada no pedido de guarda e começaríamos o estágio de convivência. Ficamos muito felizes e saímos dali falando tudo isso pra ela e rindo e alegres, abençoados.
A partir desse momento a Maria Eduarda começou a nos chamar definitavamente de PAI e MÃE.